Rastreabilidade bovina e bubalina – certificação Europa

O projeto de certificação Europa consiste na aprovação da propriedade para ser inserida na Lista Traces, que é uma lista seleta de propriedades autorizadas a exportação para a União Europeia. Uma vez aprovada, o produtor consegue em torno de R$2,00 (dois reais) por arroba em frigoríficos exportadores, variando conforme a cotação do dólar e a sazonalidade de vendas. Outro ponto importante que deve ser considerado é a participação da propriedade na Cota Hilton.

Para participar dessa cota, obrigatoriamente a propriedade tem que fazer parte da Lista Traces. São animais identificados e inseridos na Base Nacional de Dados (BND) do SISBOV até os 10 meses de idade, abatidos até os 36 meses (fêmeas e machos castrados) ou até 24 meses com zero dentes (machos inteiros). A cobertura de carcaça dos animais deve apresentar-se entre as categorias 2 e 3.

Quem tiver interesse em certificar sua propriedade, deve procurar uma Certificadora de confiança e que seja credenciada pelo Ministério da Agricultura. Os documentos obrigatórios a serem preenchidos estão listados abaixo:

  • Termo de Adesão;
  • Cadastro de Propriedade;
  • Cadastro de produtor.

Uma vez entregue essa documentação, a Certificadora insere a propriedade na BND do MAPA e então já pode solicitar os brincos de identificação junto a uma das empresas fabricantes. Atualmente a forma de identificação mais usada é o brinco Sisbov e o Botton. Muitos produtores estão optando também pelo uso de chip eletrônico adicional, para ter maior garantia da identificação e por ser de fácil leitura, facilitando o manejo.

A primeira identificação dos animais tem que ser de 100% do rebanho da propriedade e esse trabalho é feito pelo produtor. A relação dos animais identificados deve ser enviada para a Certificadora que os insere na BND. Após o cadastramento, será realizada uma vistoria na propriedade pela Certificadora, para verificar a veracidade das informações. Uma vez estando correto, é feito um Laudo de Vistoria que também deve ser inserido na BND.
Após todo este procedimento, a Certificadora solicita ao MAPA do Estado de origem da propriedade uma Auditoria Oficial para a verificação de conformidade.

O tempo médio para a realização dessa visita é de aproximadamente 30 dias após a solicitação, de forma que os confinamentos têm preferência, por conta da rotatividade. Posterior à visita e aprovação da propriedade pelo MAPA, em 15 dias no máximo a mesma já estará inclusa na Lista Traces, e após noventa dias, o pecuarista poderá receber as bonificações referentes à certificação quando os animais forem abatidos, desde que o frigorífico escolhido seja habilitado à exportação para a União Europeia.

É válido lembrar que a Certificadora deverá fazer novos relatórios de vistorias a cada semestre (seis meses) para animais criados em sistema extensivo, e a cada dois meses para animais confinados para fins de renovação da certificação.

Os valores cobrados pelas Certificadoras variam em função do quantitativo de animais, ou seja, quanto maior o rebanho, menor será o valor cobrado por animal. Para se ter uma ideia do custo, vejamos um exemplo de uma propriedade que pretende certificar 1.000 animais (custos por animal):

  • Custo dos elementos identificadores (brinco e botton): em torno de R$ 2,20;
  • Rastreabilidade animal: R$ 1,60;
  • Certificação: R$ 600,00 (a cada seis meses, em criação extensiva e a cada dois meses para os períodos de confinamento);
  • Relatórios de Vistorias: R$ 750,00 (com a mesma observação da certificação).

Portanto, para o primeiro ano, o produtor deverá gastar em torno de R$ 6.500,00, se não for confinamento, incluindo a compra dos elementos identificadores, a rastreabilidade, a certificação (2 certificados) e os Laudos de Vistorias (2). Com isso, o custo por animal é de R$ 6,50.

Já para o segundo e terceiro anos, o custo será em torno de R$2.700,00, referente a duas certificações e dois relatórios de vistorias. Neste caso, o custo por animal é de R$ 2,70 por ano (2 certificações e 2 relatórios de vistorias).

Resumindo: em um sistema de recria e engorda, o custo de cada animal identificado até os 10 meses e abatido até os 36 meses é apresentado abaixo:

  • 1° ano: R$ 6,50 (Rastreabilidade + Elementos Identificadores + 2 Relatórios + 2 Certificações)
  • 2° ano: R$ 2,70 (Dois relatórios de vistoria e duas certificações)
  • 3° ano: R$ 2,70 (Dois relatórios de vistoria e duas certificações)

Total dos custos por cabeça (período de 3 anos): R$ 11,90. Observação: Nestes custos não estão computados os valores de deslocamentos cobrados pelas Certificadoras (cerca de de R$ 1,00 a R$ 1,30 por km rodado).

Contabilizando, um animal recebe R$ 4,00/@, sendo R$ 2,00 (TRACES) e R$ 2,00 (HILTON). Para um animal de 18@, a bonificação será de R$ 72,00. Subtraindo os custos de certificação descritos acima (R$ 11,90), o lucro será de R$ 60,10 por cabeça. Se considerarmos os 1.000 animais exemplificados acima, o lucro será de R$ 60.100,00.

Bonificações pagas pelos frigoríficos atualmente:

  • LISTA TRACES: R$ 2,00
  • COTA HILTON: R$ 2,00

Os custos descritos acima variam entre as diferentes certificadoras.

Padroniza possui parceria com a Dígitos Certificadora, uma empresa séria e genuinamente sul-mato-grossense, localizada à Rua Flávio de Matos, 453 – Monte Líbano, em Campo Grande/MS, telefone (67) 3222-7729. A certificadora Dígitos foi credenciada pelo MAPA há pouco mais de um ano e já é a terceira do Estado em número de propriedades inseridas na Lista Traces. Atualmente no Estado do Mato Grosso do Sul existem somente em torno de 240 propriedades na Lista Traces e há grande demanda de animais Europa pelos frigoríficos.

Quaisquer dúvidas sobre certificação, a equipe Padroniza se coloca à disposição.

Clientes Padroniza vencem concurso de carcaças

A Agropecuária Maragogipe, de Itaquiraí – MS, venceu ao concorrido Concurso de Carcaças Angus de Bataguassu – MS, lhe rendendo o primeiro e segundo lugares. A fazenda Rio Bonito/Colpar de Paraíso das Águas – MS, ficou em terceiro.

Essa prova realizada pela Associação Brasileira de Angus, contou com 1.377 animais de 16 produtores em menos de dez horas de abate no dia 25 de outubro na planta do Marfrig, no sul do Mato Grosso do Sul. Os três primeiros colocados desse ranking são clientes Padroniza e nós só temos o que comemorar juntos!

Fonte: https://portaldbo.com.br/maragogipe-gabarita-concurso-de-carcaca-em-ms/